A vida das pessoas mudou drasticamente durante a pandemia. Com restrições sendo impostas em diversos lugares e situações, como em restaurantes, cultos, missas, academias, compras e viagens, fomos todos forçados a improvisar nas nossas rotinas e na maneira como buscamos e consumimos as coisas que nos interessam.
Para ir ao mercado, encontrar amigos, ou apenas tentando se entreter, as plataformas digitais têm um papel central na maneira como a comunidade global se adaptou à pandemia.
Quando falamos especificamente dos vídeos online, percebe-se que o uso do YouTube nos aparelhos de TV se tornou um novo hábito na vida das pessoas.
Passando mais tempo em casa, as pessoas se voltaram às telas maiores para satisfazer as suas necessidades, explorar suas paixões e saber das últimas tendências culturais.
Isso tudo levou a uma nova era do streaming nos aparelhos de TV, e esse uso não se limita apenas aos vídeos curtos. As tendências de tempo de exibição mostram que as pessoas estão se ligando ao YouTube da mesma forma que fariam com a TV tradicional.
Somente no Brasil, mais de 40 milhões de pessoas estão vendo YouTube nos seus aparelhos de TV. E no país também foi registrado um crescimento de 120% no tempo de permanência em TVs conectadas. Uma tendência que vem na esteira do mercado norte-americano, onde o tempo de exibição do YouTube nas TVs aumentou mais de 90% em um período de 12 meses. Mais de 100 milhões de pessoas nos EUA agora assistem ao YouTube na sua televisão.
Considerando o papel central que os aparelhos de TV têm hoje no comportamento dos espectadores, você deve estar pensando que tipos de conteúdo os públicos estão consumindo. Aqui vão duas maneiras específicas de como esse hábito de ver vídeos online na TV se integrou à vida das pessoas.
Streaming para mente e corpo
Nos primeiros dias da pandemia, as pessoas buscaram conteúdo em vídeo para ajudá-las a lidar com as novas realidades da vida em casa. Entre meados de março e o fim de maio, houve um aumento global médio diário de 215% em uploads no YouTube com “cuidados pessoais” no título, na comparação com os dois primeiros meses de 2020.
As pessoas continuam indo ao YouTube para aliviar suas mentes ansiosas, sem sair da sala de estar. O tempo de exibição em TV de vídeos relacionados ao bem-estar, incluindo yoga, exercícios e meditação, aumentou mais de 180% entre julho de 2019 e julho de 2020.
Em especial, os vídeos relacionados a meditação ou com “meditação guiada” no título se tornaram muito populares, ganhando mais de 100 milhões de views desde 15 de março de 2020. Deepak Chopra é um dos muitos criadores que desenvolveram meditações guiadas específicas para lidar com o estresse relacionado à pandemia. Seu canal The Chopra Well teve um aumento de 40% no número de inscritos neste ano.
Desenvolvendo habilidades na tela grande
Os vídeos online mostraram ser uma maneira fácil e acessível para as pessoas expressarem quem elas são e quem elas podem se tornar em um mundo pós-pandemia, como, por exemplo, aprendendo a fazer algo novo.
O tempo de exibição em aparelhos de TV de vídeos relacionados ao aprendizado mais que dobrou entre julho de 2019 e julho de 2020. Os tutoriais de culinária, por exemplo, se tornaram uma das categorias mais populares no YouTube nos últimos meses. O guia de Gordon Ramsay para cozinheiros iniciantes já teve mais de 4 milhões de views desde 15 de março.
A jardinagem é outro tipo de conhecimento que os espectadores buscaram adquirir. Para ajudar as pessoas com limitações de espaço, a jardinagem em potes e garrafas se mostrou um subgênero bastante popular. Esse vídeo feito no Japão, que mostra o cultivo de rabanete em uma garrafa, é um exemplo do tipo de vídeo de “jardinagem em potes” que estão levando os viewers de todo o mundo a colocar a mão na terra.
A moral do post.
Como indica o comportamento da comunidade global, o consumo de vídeos online na sala de estar é algo que veio para ficar.
O que pode ter sido o começo de uma tendência em 2019 rapidamente se tornou o novo normal, com mais e mais espectadores se voltando às telas maiores para satisfazer as suas necessidades em transformação.
Fonte: Think Whith Google
Por Gina Shalavi/Janeiro de 2021
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